quinta-feira, 11 de junho de 2020
Sinhô e a Praça Onze
José Barbosa da Silva, o "Sinhô" nasceu no Rio de Janeiro em 1888, compositor e músico autodidata, tocava diversos instrumentos, mas obteve destaque principalmente como pianista, tocando em sociedades dançantes e clubes carnavalescos da Cidade Nova, ao término da primeira década do século XX já era conhecido como ótimo pianista, sendo também um dos fundadores do rancho "Ameno Resedá" em 1907, o mais popular dos ranchos carnavalescos. Sinhô foi um dos pioneiros do samba, participou das primeiras reuniões de sambistas na casa da Tia Ciata e de algumas polêmicas que entraram para a história da música popular brasileira, como no famoso caso do samba "Pelo telefone" e de outros duelos polêmicos, como o embate musical com os "baianos", neste confronto melódico a música brasileira foi brindada com diversas composições de ambos os lados em um período de transição que seria marcado pela "urbanização" do samba, através da inclusão de novos elementos, entre eles as crônicas sociais embutidas nas letras das músicas, o que podemos observar em composições deste período inicial, a letra de "Pelo telefone" registrada por Donga em 1918 pode ser tomada como exemplo, em 1921 Sinhô retrataria no samba "Sete Coroas" um famoso frequentador das páginas policiais da época, o "malandro" Sete Coroas, seu velho conhecido do "Morro da Favela" atualmente conhecido como Morro da Providência. Ao escrever para as "revistas" (gênero teatral muito popular no país), Sinhô se tornou o compositor pioneiro que levaria o samba para o teatro de revista, sua popularidade então atingiria outras classes sociais, ultrapassando as fronteiras do reconhecimento nos clubes carnavalescos e na popular "Festa da Penha".
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